Mercado de animação no Brasil


Mercado de animação no Brasil
Rachel Sciré
segunda-feira, 26 de março de 2012
Mercado de animação vive aquecimento no BrasilSe você se interessa por comunicação, tecnologia e arte, que tal investir no ramo de animação? Com o desenvolvimento das técnicas de 2D, 3D e Stop Motion, as oportunidades na área não param de crescer. “Eu arrisco dizer que estamos vivendo a melhor época da história da animação no país”, afirma Mauricio Mazza, coordenador do curso de Design de Animação da Universidade Anhembi Morumbi.


No Brasil, tradicionalmente, é a publicidade que mais utiliza recursos de animação. No entanto, cada vez mais entram na onda websites, videogames, desenhos animados, vídeos institucionais, longas e curta-metragens, tutoriais e séries de televisão. Isso porque o termo “animação” é bastante amplo e inclui várias áreas correlatas. “Podemos nos referir à animação como a técnica para sugerir a ilusão do movimento”, explica Mazza.



O professor da Anhembi Morumbi conta que as atividades que envolvem animação são muito específicas, conforme o produto a ser desenvolvido. Criar enredos, escrever roteiros, definir personagens e cenários, fazer a direção de arte, escolher a trilha sonora, cuidar do design de sons e imagens, gerenciar equipes, cronogramas e orçamentos podem ser algumas delas. No caso específico da computação gráfica, que é a animação 3D digital, existem outras funções técnicas envolvidas que ficam a cargo de modeladores, riggers (diretores técnicos), pintores digitais, programadores e profissionais de rendering, que cuidam do meticuloso acabamento dos produtos.

Atualização sem fim – Para Rogério Magalhães Felix, coordenador de ensino do curso Play Game da SAGA (School of Art, Game and Animation), quem escolhe trabalhar com animação, já deve começar sabendo em que campo pretende se especializar. “Nessa área, o estudo é constante, uma vez que as tecnologias se desenvolvem com rapidez e as exigências técnicas variam de acordo com os projetos desenvolvidos”, diz ele. Alguns trabalhos podem exigir estudos complementares de iluminação, fotografia, modelagem e escultura ou edição de imagem, por exemplo.

Onde e como aprender – Se você começou a se interessar, saiba que as instituições de ensino brasileiras já estão formatando cursos específicos para quem quer trabalhar no setor, como a graduação em Cinema de Animação e Artes Digitais da Universidade Federal de Minas Gerais. Entre outros, a PUC-SP oferece ensino superior em Tecnologia em Jogos Digitais e, no Rio de Janeiro, a equipe da Anima Mundi ministra regularmente diversos cursos.

O mercado também está movimentado com o anúncio de uma parceria entre a Saga e a norte-americana Gnomon School of Visual Effects (que tem entre professores e colaboradores artistas digitais de filmes como "Avatar", "Tron: O Legado" e "Star Trek"), para a criação de uma escola internacional de arte digital. O objetivo é formar profissionais capazes de trabalhar com as principais tecnologias de animação, arte digital e efeitos visuais usados em Hollywood.

Fazer um curso, no entanto, é apenas o começo. “O mais importante nesse mercado é ter força de vontade para estudar sozinho. Os cursos incentivam, mas é preciso produzir muito, colocar a mão na massa”, conta Caio Mello, 34 anos, programador que trabalha na Giovanni+DraftFCB e está fazendo curso de Desenvolvimento de Jogos na Saga. Segundo ele, muitos interessados na área desistem quando percebem que só as informações ensinadas em sala de aula não são suficientes.

Porta de entrada – Além de saber estudar sozinho, quem quer entrar nesse mercado precisa aprender a criar, estruturar e divulgar seu próprio trabalho. O primeiro passo é estruturar um portfólio. O segundo passo é fazer com que as pessoas saibam o que você produz. “É uma área de difícil acesso para quem não tem experiência. Só produzindo muito e divulgando o seu trabalho você consegue se infiltrar nele”, afirma Mello. Para divulgar seu trabalho as formas mais eficientes são a internet e os campeonatos, as mostras e os fóruns de discussão. “As agências ficam atentas a tudo isso para chegar até o profissional antes mesmo que eles cheguem até elas”, destaca Felix, do curso Play Game da SAGA.

Outra alternativa é começar fazendo algum trabalho pontual como freelancer. Para isso, as oportunidades ainda se concentram na área de publicidade, principalmente no eixo Rio – São Paulo. Alguns profissionais também têm notado um crescimento no número de produtoras que devem se consolidar em até cinco anos.

Sem hora para sair – Trabalhar com animação pode ser bacana, mas está longe de ser pura diversão. Mello, da Giovanni+DraftFCB, explica que o ritmo é bastante puxado, principalmente por conta dos prazos curtos. “Para entregar alguma coisa de qualidade, você leva muito mais do que as oito horas diárias de trabalho, porque precisa testar soluções e descobrir novas técnicas a cada projeto.” Se vale a pena? Há quem seja remunerado por trabalho realizado ou por hora. Entre os contratados por agências, o salário inicial fica entre R$1,5 e R$ 2,5 mil, e pode chegar R$10 mil para os profissionais seniores.


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